que isso nunca mais aconteça

Oi, patota!!

Em novembro eu participei de uma roda de poesia aqui na minha cidade, conhecida como RUASIA. Entre uma poesia e outra dos irmãos e irmãs da luta eu escrevi uma e fechei o evento lendo a poesia, descalça e com a mão tremendo. kkkkk

* * *

Lá vem ela, cheia de mimimi e blábláblá. Deve ser falta de calcinha e louça pra lavar. Ela vai falar e ninguém vai escutar E mais uma mina vai querer se matar.

Por que? Ela foi violentada Quando só estava indo pra casa E o delegado ainda teve coragem de perguntar com que roupa ela estava Em teu ventre ela carregava um feto de um fruto em que ela não aceitava

Deixa eu te contar uma coisa Desde nova somos treinadas para aceitar nosso útero de incubadora Cuidadora. Educadora. Mas nunca patroa.

Patroa só no lar. Para lavar, passar e cozinhar. E nunca reclamar Mas se eu quiser tirar não é você que vai me calar Porque eu vim para gritar E tentar explicar que meu corpo não é público para você tentar me assediar.

Depoimento: