Sobre um amanhecer
- Vi Rangel
- 1 de jul. de 2017
- 1 min de leitura
Acordamos bem devagar. Pouco a pouco vamos levantando, olhando pela porta de vidro e vendo o dia cinza ficando cada vez mais claro.
Está com sol, mas está frio. Colocamos o casaco, sem mesmo tirar a roupa de dormir. O sol está fraco, porém quente o bastante para a gente ficar do lado de fora, tentando absorver o calor dos fracos raios de luz que conseguem escapar das nuvens. Está quente o suficiente para deitarmos com preguiça na espreguiçadeira e tomar Nescau enquanto olhamos para a praia vazia.
Ele olha ansioso para o mar, que de longe parece calmo. Sabemos que ele quer descobrir se de perto também está calmo, mas está tão frio que não vale a pena colocar a roupa de banho e correr em direção as curtas ondas. Alguém chama, ele entra, demora um pouco e então sai de dentro da casa com uma coberta entre os braços arrastando pelo piso da varanda. Volta a se sentar, quieto, com a coberta no colo, bebendo o Nescau e olhando para o mar.
Alguém passa caminhando com o cachorro pela areia da praia. Um homem começa a arrumar as cadeiras na areia. O salva vidas chega, dá um mergulho no mar e sobe na guarita. Um surfista aparece, mas não entra no mar.
Está com sol, mas está frio. E está tudo bem, ficamos assim, do lado de fora com nossas cobertas e casacos, deitados com preguiça na espreguiçadeira, ainda com sono, esperando o dia acordar para a gente acordar.

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